sábado, 1 de fevereiro de 2014

Beggining 2.0

-"Vem ter comigo. Almoças comigo. Vamos ver um filme, tenho saudades tuas." Mando Inês?"
-"Manda"

Esperava uma mensagem que nunca seria enviada ou apenas alguma desculpa esfarrapada ou até mesmo um "não tinha visto" tardio. Mas nunca pela minha cabeça me tinha passado que estava errada. Que tu virias... Essa tarde só me deixou mais confusa, mas irritada com a situação, com mais certezas em relação a desistir. "Eu não consigo fingir que nada aconteceu" repeti inúmeras vezes dias e dias sem conta.

Tivemos um almoço de aniversário (28) e com certezas digo que foi o tabaco e os compridos para ansiedade que tomei, que me fizeram tomar coragem e não ir embora à primeira oportunidade... A verdade é que me encontrava num grupo conhecido e até bastante acolhedor, mas o problema era ter de conseguir fingir como ele fingia. E tendo o feitio que tenho, ninguém me iria ver a ir abaixo naquele dia, ou melhor, eu ia actuar tão bem quanto ele ou ainda melhor.


-"Vamos para casa do "Panda".
-"Bora! Ainda bem que trouxe uma langerie sexy."
No grupo enquadrava-se também uma rapariga com quem cresci, já não temos ligação e então quando soube que ele e ela andavam muito próximos, aquela certa raiva surgiu, querendo ou não. Avisaram-na para ter cuidado com o que dizia e fazia com ele na minha presença. A presença dela não se fez sentir durante o almoço, mas depois chegaram as brincadeirinhas deles bem à minha frente. Uma falta de respeito perante mim. Desejava chegar a casa, deitar-me na cama e ficar adormecida para a eternidade, mas até disso estava privada. Dormir, o que eu antes achava um escape, era agora uma maneira que o meu cérebro encontrou para me enganar, para acordar esperançosa e e seguidamente ser assaltada com um vazio no peito.
De um grupo enorme, resumimos-nos a cinco pessoas. E com sorte, duas grandes amigas em que uma delas passava exactamente pelo mesmo que eu. E mais um rapaz. Falámos, eles comeram chocolates que tinham recheio (o que eu odeio) e alguém sugeriu o jogo Verdade ou Consequência. E conhecendo as minhas amigas como conhecia, sabia que as minhas consequências seriam relacionadas com ele.

O jogo começou, as minhas primeiras consequências consistiam em beijá-lo, beijar uma amiga minha, e outra que já não me lembro... Optei por me manter o mais longe possível dele e beijei a minha amiga. Quando chegaram as consequências dele, optou por me apalpar em vez de fazer uma muito mais fácil. A partir daí começaram os beijos, não só nossos como de outra rapariga e o tal rapaz.
-"Mas vocês gostam um do outro?"
-"Eles são ex namorados."

No final da tarde ficámos apenas nós, como se não houvesse aquele grande muro de palavras por dizer, coisas por perdoar, assuntos por esclarecer, ficámos apenas nós e quem nos visse naquele momento diria que éramos um casal feliz e muito apaixonado. Estávamos sentados num banco alternativo que quase que serve como separação relva-passeio, ele levantou-se, agarrou o meu pescoço e beijou-me.
Combinamos estar juntos no dia seguinte e ajudaria-o a organizar as coisas para a sua passagem de ano e para outros meus amigos. E propus-lhe estarmos juntos no dia 2 de Janeiro, pois ele não poderia estar comigo no meu aniversário (1).


A meia noite chegou, o terreiro do paço estava ao rubro, o fogo de artificio cobria toda a nossa visão sobre o céu. Inúmeras pessoas fizeram questão de me enviar mensagem à meia noite.
-"Vou esperar até às 3h20 pela mensagem dele. Se não enviar, vou dormir." Só pensava "se uma amiga minha que esteve com ele na pda me enviou mensagem, obviamente que também o alertou para o facto de ser o meu aniversário." O meu primeiro instinto após ter acordado foi olhar para o telemóvel, acham que tinha mensagem? Ter tinha, mas não dele. Recebi parabéns de toda a gente, menos dele. Foi um dia de aniversário horrível, depender de alguém é horrível. Eram 16h quase 17h da tarde quando eventualmente se lembrou de mim, mas já nem isso me conseguiu animar.
No dia seguinte, como combinado (2) veio ter comigo, já tarde, mas veio. Estava desiludida com ele... falámos e ele deu-me a volta. Eu não consigo estar mal com ele.


Eu não queria ser uma coisa de momento. E só pensava no quanto teria de fingir quando passásse por ele na escola e fingisse que nada se tinha passado nestas férias. Segunda-feira (6) entrei às 8h15 da manhã e ele apenas entrava às 10h. Estava com o nosso grupo de amigas, quando o vi sentado no banco ao lado do que nós estávamos. Veio ter connosco, e quando me viu, beijou-me. O sorriso tomou conta da minha cara, uma explosão tomou conta do meu coração.

"Ele quer esperar até dia 15 para te pedir em namoro."
"Veste algo bonito amanhã (dia 15)"


-"Parabéns"
-"Porquê?"
-"Ouvi dizer que estás numa relação."
-"Ai estou? Com quem?" (esqueci-me completamente no que me tinham andado a avisar)
-"Sim. Comigo"

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